No passado, estudos de imagens do cérebro revelaram que a depressão grave está associada a alterações no volume de massa cinzenta e a um encolhimento no hipocampo, que desempenha um papel importante no aprendizado e na memória de longo prazo.
Essas mudanças têm o seguinte resultado (péssimo): nossos ciclos de humores e pensamentos sombrios ficam presos numa estrutura cerebral feita para que a depressão se aloje ali e não queira sair mais. Por isso ela é tão difícil de superar.
A boa notícia é que pesquisadores da Universidade de Frankfurt descobriram que tratamentos para esse distúrbio, seja com terapia cognitivo comportamental, seja com antidepressivos, conseguem reverter esse estado, remodelando as estruturas cerebrais.
Esse estudo foi apresentado num evento de neuropsicofarmacologia em Viena.
Antes de receber qualquer tratamento, pacientes tiveram seus cérebros escaneados por ressonância magnética. Em seguida, eles foram tratados com terapia eletroconvulsiva, psicoterapia ou medicamentos antidepressivos.
Seis semanas após a primeira ressonância magnética, os pacientes tiveram seus cérebros escaneados novamente. Os pesquisadores descobriram então que os pacientes com as maiores melhorias nos sintomas também mostraram alterações significativas na estrutura do cérebro. E isso lhes fez um grande bem: a conectividade entre os neurônios em certas partes aumentou, tornando mais possível superar a estrutura engessada pela depressão.
A pesquisa dos alemães também comprovou a importância da busca por tratamento. Sem medicamentos ou terapia, o cérebro de pessoas com depressão crônica grave vai continuar moldado para que a pessoa não desenvolva pensamentos alegres. Mesmo em situações que promoveriam esse bem-estar.
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