Nesta segunda-feira, 8 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol. A data objetiva chamar a atenção da sociedade para a importância de se prevenir e mitigar os efeitos desse mal. Conforme dados do Ministério da Saúde, quatro a cada dez brasileiros apresentam taxas elevadas de colesterol. Quando em desequilíbrio no organismo, o colesterol se torna fator de risco vascular, aumenta a incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), de morte súbita e de doença coronariana.
O colesterol é um tipo de gordura proveniente do fígado e do consumo de alimentos de origem animal. Existem dois tipos de colesterol: o LDL, que é o colesterol “ruim”, e o HDL, que é o colesterol “bom” (que protege o coração de doenças). Quando há no organismo muito colesterol do tipo “ruim” ou quantidade insuficiente do tipo “bom”, é hora de ficar alerta.
“Quando elevado, o colesterol aumenta o risco de formação de placas de gordura (ateromas) na parede das artérias, causando a obstrução delas. Quando essa obstrução for na artéria coronária (artéria que nutre o próprio coração), pode levar a um ataque cardíaco (infarto); se a obstrução acontecer em uma artéria cerebral, pode ocorrer um derrame cerebral (AVC); e se acontecer em uma artéria da perna, por exemplo, vai ocorrer uma diminuição para a circulação da perna (doença arterial obstrutiva periférica)”, explica o pesquisador e cardiologista Valério Vasconcelos.
O cardiologista destacou a importância do 8 de agosto para a mobilização da sociedade em geral sobre o tema. “Quatro em cada dez brasileiros têm o colesterol elevado, daí a importância de uma data como essa, como forma de mobilizar a sociedade para promover uma conscientização maior dos cidadãos, profissionais e do poder público sobre a necessidade de prevenir esse fenômeno”, afirma o pesquisador. Ele destacou que, segundo um levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 67% dos entrevistados não sabem responder qual sua taxa de colesterol. “Essa é uma realidade comum no Brasil e que, infelizmente, tem grandes impactos na saúde da população”.
Para manter as taxas de colesterol baixas, o médico cardiologista tem um papel essencial, especialmente na prevenção e no acompanhamento de doenças relacionadas ao colesterol elevado. “Através da cardiologia preventiva, se consegue detectar o colesterol alto e estudar as melhores maneiras de tratar o problema”, comenta o pesquisador Valério Vasconcelos.
O especialista lembra que, a partir dos 20 anos, os indivíduos devem procurar fazer um exame de sangue para acompanhar o nível do colesterol, conforme orientações do Colégio Americano de Cardiologia e da Associação Americana do Coração. “Algumas pessoas têm tendência a ter colesterol alto e, por isso, os médicos costumam solicitar um exame de colesterol com mais regularidade”, pontua Valério Vasconcelos.
Dentre os principais grupos de risco para colesterol elevado, o cardiologista e pesquisador aponta: pessoas com sobrepeso ou obesidade; pessoas com pressão alta ou diabetes; pessoas com doenças na tireoide ou no pâncreas, o que aumenta o nível de colesterol.
A essa lista, Valério Vasconcelos acrescenta: pessoas já diagnosticadas com alguma doença cardiovascular (ataque cardíaco, dor no peito, derrame cerebral ou artérias entupidas, por exemplo), ou doença renal crônica; histórico familiar de doença cardiovascular enquanto jovem (por exemplo, se o pai ou irmãos tiveram um ataque cardíaco ou derrame com menos de 55 anos de idade ou se sua mãe ou irmãs tiveram essas doenças com menos de 65 anos); histórico familiar de doença genética que aumenta o nível de colesterol excessivamente.
COVID-19 – Segundo o pesquisador Valério Vasconcelos, o colesterol não tem uma relação direta com o coronavírus, mas níveis de colesterol descontrolados podem contribuir para o surgimento de doenças cardiovasculares, as quais agravam o quadro de pacientes com covid-19.
Hábitos que diminuem as taxas de colesterol
- Ter uma alimentação saudável desde a infância rica em alimentos naturais (verduras, legumes, frutas, frango, peixes e carnes magras);
- Consumir gorduras insaturadas, como azeite, castanhas e abacate;
- Evitar o consumo excessivo de gorduras trans e saturadas, açúcar e carboidratos refinados, fast-food, frituras e alimentos ultraprocessados;
- Não fumar;
- Não consumir álcool em excesso;
- Fazer exercícios regularmente;
- Gerenciar o estresse.
Assessoria