Pesquisa Quaest divulgada nesta sexta-feira, 18, mostra que a maior parte da população, 66%, está acompanhando o noticiário sobre a operação da Polícia Federal que investiga o desvio de joias — por aliados de Jair Bolsonaro (PL) — recebidas pelo ex-presidente de governos estrangeiros. Não é consenso, no entanto, que ele deve ser preso por isso, especialmente entre os eleitores que votaram nele no segundo turno das eleições presidenciais, no ano passado.
Como mostra VEJA em reportagem de capa desta semana, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, decidiu confessar sua participação no caso das joias — e vai apontar o ex-presidente como o mandante da operação, segundo confirmou seu advogado, o criminalista Cezar Bitencourt. Na noite desta quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes também autorizou a quebra de sigilos fiscal e bancário de Jair e Michelle Bolsonaro, após pedido feito na operação que apura o caso das joias.
Conforme publicou Felipe Nunes, diretor da Quaest, em seus perfis nas redes sociais, a prisão de Bolsonaro divide a população. Um parcela de 43% acha que ele não deve ser preso pelo desvio das joias, enquanto 41% pensam que o ex-presidente deveria ir para a cadeia. Outros 16% não souberam responder.
Quando as respostas são analisadas pelo viés do voto, fica claro que a grande maioria dos eleitores de Lula no segundo turno do ano passado, 62%, é favorável à prisão. Ainda assim, 24% desse público é contrário. O cenário se inverte, naturalmente, entre os eleitores de Bolsonaro no mesmo pleito. Para 68% desse grupo, o ex-presidente não deve ser preso, contra 19% que votaram nele, mas pensam que a prisão é o caminho correto. Já entre os que votaram branco, nulo ou não compareceram no dia da votação, a divisão se mantém: 39% são favoráveis, 36% são contrários à prisão e 25% não souberam responder. “Qualquer que seja o desdobramento, haverá quem saia frustrado ou ferido. Mais polarização à vista!”, escreveu Nunes.
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