Jornalistas do Distrito Federal, de São Paulo e do Rio de Janeiro da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), pertencente ao governo federal, anunciaram que vão cruzar os braços na próxima terça (3), com possibilidade de entrarem em greve por tempo indeterminado.
A paralisação da área de jornalismo deve afetar a TV Brasil, a Agência Brasil, a Rádio Nacional, a Rádio Nacional da Amazônia, a Rádio MEC e a Radioagência Nacional. Mas também veículos estatais como Canal Gov, Agência Gov e a Voz do Brasil.
Segundo os trabalhadores, o novo plano de cargos e salários da empresa rebaixa os salários da carreira de jornalismo em comparação a outros grupos de trabalhadores. Eles receberiam cerca 12% a menos que outros profissionais com diploma superior – hoje, há isonomia.
“Esse plano não apenas rebaixa a carreira dos jornalistas da EBC, em relação a outras de nível superior, como abre um precedente perigoso para que a jornada específica de jornalistas do setor privado também seja atacada, com a ideia de salário-hora”, afirmou Pedro Rafael Vilela, coordenador-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.
Procurada pela coluna, a Presidência da EBC afirmou, que ainda não foi notificada oficialmente sobre a paralisação.
Em nota, a empresa afirmou que o novo Plano de Carreiras e Remunerações foi aprovado pelo seu Conselho de Administração, na última sexta (23), e será analisado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e pela Secretaria de Coordenação de Governanças das Empresas Estatais do Ministério da Gestão.
“O principal objetivo do novo PCR é corrigir assimetrias e permitir uma ascensão mais eficiente na carreira”, afirma a EBC. “A empresa apresentou proposta de diminuição do número de níveis da tabela de progressão, bem como de aumento do salário-base das carreiras, além de atualizações nos descritivos de algumas atividades.”
A nota defende que a proposta foi construída em diálogo com as entidades representativas dos empregados, mas que “estão mantidas as tratativas” junto a essas entidades.
O governo Lula vem enfrentando greves e paralisações de servidores públicos por aumentos na remuneração, plano de carreira e melhores condições de trabalho. Professores de universidades federais, profissionais do Ibama e do ICMBio, auditores fiscais do trabalho, entre outras, são algumas das categorias. Defendem que membros de instituições como a Polícia Rodoviária Federal foram prontamente beneficiados apesar de terem ajudado a gestão anterior a agir contra a democracia.
Uol