O Consórcio do Nordeste se pronunciou pela primeira vez sobre as falas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de uma união entre as regiões Sul e Sudeste. Em nota oficial publicada neste domingo (6), o grupo se posicionou contra essa junção e defendeu o Nordeste.
Presidido pelo governador da Paraíba João Azevêdo (PSB), o Consórcio do Nordeste afirmou que a fala de Zema, que recebeu o aceno positivo do governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, instaura uma tensão entre as regiões.
“Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento”, afirmou em nota.
“A união dos estados do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo no país. Esse avanço, porém, só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo”, continuou.
Na mesma entrevista que defendeu o bloco Sul-Sudeste, Zema também se referiu ao Nordeste como “vaquinhas que produzem pouco”. Por isso, o Consórcio do Nordeste também defendeu seu trabalho na região e negou qualquer tipo de “tom separatista” na organização.
“É importante reafirmar que a união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento”, afirmou.
“Nesse contexto, indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades.”, concluiu.
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