A corrida para o Senado Federal na Paraíba promete ser uma das mais duras e imprevisíveis da história recente. E, com a confirmação de que Nabor Wanderley (Republicanos), atual prefeito de Patos, está “pronto para o que der e vier”, o cenário ganha um novo peso político, especialmente porque, ao que tudo indica, ele terá pela frente dois nomes de enorme capital eleitoral: o governador João Azevêdo (PSB) e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB).
A declaração de Nabor, feita em entrevista à TV Sol, confirma que sua pré-candidatura está madura e que ele conta com o respaldo de seu partido, o Republicanos, comandado na Paraíba por Hugo Motta, seu filho e um dos articuladores mais influentes da política estadual. “Se essa for a indicação do nosso partido… a gente está pronto para isso”, afirmou o prefeito, que ainda reforçou que a decisão final será tomada em conjunto com os aliados da base governista, como PSB e PP.
Nabor é uma liderança sólida no Sertão, com várias passagens pela Assembleia Legislativa e três mandatos à frente da Prefeitura de Patos, onde construiu uma imagem de gestor experiente e conciliador. Sua eventual candidatura ao Senado representa um projeto de ampliação da força do Republicanos na esfera federal e insere o partido no centro da formação da chapa majoritária.
Mas, diferentemente de eleições anteriores, a disputa para o Senado em 2026 não será uma corrida de um favorito isolado. João Azevêdo, atual governador e prestes a encerrar seu segundo mandato, é cotado como o nome natural da base para o Senado e tem o apelo de quem carrega a máquina estadual e uma imagem de gestor técnico e moderado. Já Veneziano, experiente e com recall de campanhas majoritárias, busca se reposicionar politicamente após oscilar nos últimos pleitos, e tem apoio consolidado em setores do MDB e de alas mais à esquerda.
Com três pré-candidatos de expressão disputando duas vagas, a eleição para o Senado promete ser o ponto mais sensível da montagem da chapa governista. A manutenção da unidade entre Republicanos, PSB, PP e demais aliados exigirá habilidade — e, principalmente, generosidade política. Caso não haja consenso, o risco de uma ruptura no bloco governista para o Senado é real.
Neste tabuleiro, Nabor aparece como o nome mais “agregador” do grupo, uma figura que não gera resistências abertas e cuja presença no Sertão pode equilibrar a chapa em termos regionais. Ainda assim, enfrentar João Azevêdo e Veneziano, juntos ou separados, não será tarefa simples.
Se confirmada sua candidatura, Nabor precisará mais do que disposição: terá que articular apoios amplos, consolidar sua imagem estadual e, sobretudo, mostrar que representa uma alternativa viável frente a dois veteranos da política paraibana. A campanha ao Senado em 2026 está longe de ter seu desfecho definido, mas uma coisa já parece certa: será uma das batalhas mais duras da próxima eleição.
Por: Napoleão Soares